28 janeiro, 2010

O estranho

Quem és tu estranho? Porque é que apenas o teu rosto é familiar? Que aconteceu para chegarmos onde estamos agora? Estou à deriva enfrentando o desconhecido. Não sei o que dizer, as palavras não saem. Só sinto dor e tristeza. Não há volta a dar pois não estranho? Tudo o que se viveu faz parte do passado e o presente já não existe, pelo menos em comum. Como chegamos a isto? Como perdemos o essencial na viagem temporal da vida? O que irei fazer agora? Cada passo que dou em frente o teu rosto transforma-se em algo abstracto, como se tivesses deixado de existir. E porquê agora? Depois destes anos todos o que levou a isto? Dá-me respostas estranho! Explica-me o que aconteceu. Quero saber para seguir com a minha dor. Aquele banco de jardim vai continuar vazio não vai? Não o queres partilhar mais comigo...
Que posso fazer se dizes que o amor já não existe? Se insistes em ver as coisas de outra perspectiva sem teres atenção aos meus sentimentos? Já eras um ser solitário quando te conheci, mas agora és um estranho que quer andar só. Como posso combater isso? Pedes uma coisa que também necessito neste momento, mas não estamos a partilhar... pelo contrário estamos a afastar-nos em vez de a procurarmos juntos. Que posso fazer? Diz-me estranho. Há ainda hipoteses ou é o adeus para sempre?