31 março, 2008

A viagem à Terra Fria


" Este país de fragas e de barrocais, de riachos serpentinos debruados por salgueiros e negrilhos, de oliveiras e de castanheiros ... de águias que pairam altísimas... este país possui um rosto e um nome..."
(Mário Cláudio, Relance da Terra Fria)



Um simples passeio revigora a alma! Mas não falo de um passeio ao centro comercial. Falo de um passeio por caminhos de um Portugal deslumbrante, onde a natureza nos abre as portas ao imaginário, ao sonho... Paisagens imensas enchem a nossa visão e ficamos ali, submissos e ébrios perante aquela beleza.

Num dia solarengo fiz-me ao caminho em direcção à Terra Fria e alimentei a alma com as paisagens que percorri. Os caminhos levaram-me por lugares eruditos, cheios de história e tradição. Fica a impressão que aqueles lugares são mágicos, com histórias para contar mas que ficaram esquecidas e perdidas nos anais do tempo.


(continua...)

26 março, 2008

Não. Obrigado!




Há uns tempos atrás, no meu ritual zappiano deprimente, onde tudo é igual de canal em canal, deparei-me com uma reportagem televisiva, sobre um certo centro comercial que tinha lugares de estacionamento exclusivos para as mulheres. Perante a jornalista, os entrevistados lá iam falando bem, mal e assim-assim da ideia arquitectónica vanguardista feminina. Sim, porque estas grandes obras arquitecturais têm que ser enaltecidas, quer pela positiva quer pela negativa. Não é todos os dias que as mulheres podem dar-se ao luxo de estacionar à patroa em qualquer centro comercial e ainda por cima tão pertinho da porta, que é para não cansar os pés com aquelas botas ou sapatos de salto alto quando carregam com sacos!
Deliciada com a ideia e já a marcar o dia para experimentar essa maravilha, tocam à campainha os meus dois melhores amigos. Uma feminista assumida, que apregoa para quem a quiser ouvir que o mundo, dominado por homens, conspira contra as mulheres e o iniciante a metro-sexual que agora só quer saber de ser um homem moderno, elegante e outras coisas. Pensei logo para mim, se bem que tarde demais, que a reportagem ia dar motivo de conversa e quando tentei mudar de canal, a minha amiga feminista apanhou o assunto e começou logo a desbobinar com a sua língua viperina. “Estacionamentos só para mulheres? Mais largos que o normal? Mas que afronta! Não aprendemos a conduzir da mesma forma que os homens? Os carros que conduzimos não são iguais aos que eles conduzem? Não obrigado! Não precisamos dessas mordomias! ” Já a prever que a conversa não iria ficar por ali, o meu amigo metro-sexual, que agora decidiu ler Günter Grass, porque é moderno os homens dedicarem tempo a essas leituras, resolveu também dar ares da sua sabedoria no que respeita ao universo feminino. Enalteceu a ideia e falou que as mulheres nunca estão bem com nada, ou estão a reclamar regalias ou estão a criticar certas formas de cavalheirismo. “Sim porque a maioria de nós homens está no sangue sermos cavalheiros para as senhoras e foi um homem de certeza que teve a feliz ideia de vos agradar quando vão ao centro comercial.”
À beira de um perigo eminente decidi agir antes que fosse tarde demais. Dei razão a um e a outro em partes iguais. E lembrei que estacionamentos para as mulheres podem ser práticos mas não chegam. A taxa de desemprego nas mulheres portuguesas é superior à dos homens. Para as mulheres ficarem satisfeitas, os que se intitulam cavalheiros, devem começar por aqui. Melhores salários, tempo de qualidade para quem tem filhos, mais oportunidades para chegar a cargos de chefia…
Dito isto os meus amigos nada mais disseram e eu continuei a sonhar, sem a minha amiga saber, com a minha ida ao centro comercial.

25 março, 2008

O inicio do sentido


Começar nunca é fácil...

Decidir fazer isto ou aquilo é complicado e de repente amontoam-se as dúvidas que surgem num ápice. O tempo corre porque não espera por ninguém... e é então que as coisas tomam sentido e eis-me aqui para editar o sentido das minhas letras, dos meus pensamentos que se transformam em estórias.

De letra em letra pretendo levar-me por caminhos que não conheço e provocar em mim algo novo, inspirador, arrebatador!

Quero contar estórias e partilhar aquele pedacinho de magia que está guardado num cantinho da minha alma.

E faço o convite a todos os que por aqui passarem para sentirem essa magia e se deixarem levar pelos sentidos que as palavras provocam.