Há uns anos atrás, existiu uma série que contava as histórias de um cão errante que ajudava as pessoas que se cruzavam no caminho dele. Nunca mais vou esquecer a imagem do cão cinzento que se tornou um herói para mim, quando era criança. Há pouco tempo, descobri outro cão herói. Só que desta vez, a ficção tornou-se realidade e as proezas do melhor amigo do Homem são mais modestas que as do cão actor da série.
Conheci-o naquelas caminhadas de final do dia e início da noite. Aquelas caminhadas que estão na moda para combater o sedentarismo e promover o exercício físico. Fazia-me acompanhar na altura, por um grupo de quatro senhoras, todas elas a passar já a barreira dos 55 anos, mas com uma vivacidade de 20!, quando a certa altura começaram a dizer que o "amigo delas" já aí vinha para acompanhá-las. Fiquei curiosa, naturalmente, quando vi que um cão rafeiro, todo eléctrico e armado com pilhas duracel, cumprimentou-nos com um latido, cheirou-me, acabou por me aceitar no grupo e depois das formalidades todas, lá procedeu à escolta do grupo durante a caminhada. As senhoras acabaram então por me contar, que é habitual, todos os dias, caminharem e darem sempre a mesma volta. E que um dia, sem mais nem menos, o canídeo começou a acompanhá-las durante o trajecto, chegando mesmo a deixar cada uma das senhoras em casa, depois da extenuante caminhada diária. E mais! Começa a ladrar se outros animais se aproximam delas ou de desconhecidos, com más intenções, como já chegou a acontecer. O que é certo é que este cão tornou-se o fiel acompanhante destas mulheres e um guarda costas que vale a pena ter por perto nestes dias que correm. Um autêntico herói para estas senhoras que ainda nao atribuíram nome ao amigo de quatro patas. Até lá é "o nosso amigo". Um cão vagabundo que merece que se conte a sua história, por que afinal não é todos os dias que um cão vagabundo se torna um herói.
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