14 maio, 2008

O cão vagabundo


Há uns anos atrás, existiu uma série que contava as histórias de um cão errante que ajudava as pessoas que se cruzavam no caminho dele. Nunca mais vou esquecer a imagem do cão cinzento que se tornou um herói para mim, quando era criança. Há pouco tempo, descobri outro cão herói. Só que desta vez, a ficção tornou-se realidade e as proezas do melhor amigo do Homem são mais modestas que as do cão actor da série.
Conheci-o naquelas caminhadas de final do dia e início da noite. Aquelas caminhadas que estão na moda para combater o sedentarismo e promover o exercício físico. Fazia-me acompanhar na altura, por um grupo de quatro senhoras, todas elas a passar já a barreira dos 55 anos, mas com uma vivacidade de 20!, quando a certa altura começaram a dizer que o "amigo delas" já aí vinha para acompanhá-las. Fiquei curiosa, naturalmente, quando vi que um cão rafeiro, todo eléctrico e armado com pilhas duracel, cumprimentou-nos com um latido, cheirou-me, acabou por me aceitar no grupo e depois das formalidades todas, lá procedeu à escolta do grupo durante a caminhada. As senhoras acabaram então por me contar, que é habitual, todos os dias, caminharem e darem sempre a mesma volta. E que um dia, sem mais nem menos, o canídeo começou a acompanhá-las durante o trajecto, chegando mesmo a deixar cada uma das senhoras em casa, depois da extenuante caminhada diária. E mais! Começa a ladrar se outros animais se aproximam delas ou de desconhecidos, com más intenções, como já chegou a acontecer. O que é certo é que este cão tornou-se o fiel acompanhante destas mulheres e um guarda costas que vale a pena ter por perto nestes dias que correm. Um autêntico herói para estas senhoras que ainda nao atribuíram nome ao amigo de quatro patas. Até lá é "o nosso amigo". Um cão vagabundo que merece que se conte a sua história, por que afinal não é todos os dias que um cão vagabundo se torna um herói.

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